
Um dos temas do meu trabalho, resolvi postar aqui.Tenham uma boa leitura, qualquer coisa enviem comentários.
Fetiche
Fetiche, do francês fetiche, que por sua vez vem do português feitiço e, este, do latim facticius "artificial, fictício". Em psicologia o fetichismo é uma parafilia. O objeto do fetiche é a representação simbólica de penetração, tem conotação sexual, é um objeto parcial e não representa quem está por trás do objeto. Os fetiches mais comuns na sociedade ocidental são os pés (no Brasil, a adoração por pés recebe um nome especial: podolatria), os sapatos e a roupa íntima. Os objetos usados na prática do sadomasoquismo são fetiches.
A palavra fetiche tem um significado denotando um encanto mágico e também uma fabricação de aparências e sinais. Para a escola marxista, o fetiche é um elemento fundamental da manutenção do modo de produção capitalista. Consiste numa ilusão que naturaliza um ambiente social específico, revelando sua aparência de igualdade e ocultando sua essência de desigualdade. No passado, o termo Fetichismo era utilizado apenas na antropologia para designar comportamentos superticiosos muito comuns em tribos Africanas. Temos como exemplo o uso de objetos inanimados como fetiches, instrumentos de feitiçaria e amuletos. O conceito de fetichismo tem assumido uma importância crescente no pensamento crítico sobre a construção cultural da sexualidade. A sexualidade é um produto tanto da historia quanto da natureza. O comportamento sexual humano é quase certamente determinado em parte por fatores biológicos. A tendência humana masculina de se tornar sexualmente excitado por insinuações visuais sugere, em contrapartida, que os fetiches humanos podem ter raízes biológicas. Um espartilho, por exemplo, exagera o formato de ampulheta que atrai muitos homens heterossexuais.
O objeto do fetiche é com freqüência (mas não necessariamente) uma peça de roupa: aventais, botas, vestidos, óculos, luvas, lenços, capas de chuva, sapatos, meias finas, roupas íntimas e uniformes. Existem também exigências bastante específicas como: o vestido deve estar molhado ou rasgado; os sapatos brilhando ou rangendo. Pode estar ligado também a um material específico, como pele de animais, couro, seda ou borracha. Os materiais são divididos em pesados e leves. Materiais como couro e borracha tendem a ser lisos, brilhantes e pretos, e são freqüentemente peças de roupas ou sapatos, apertados e constritivos, esses são os itens pesados. Os leves geralmente são fofos e suaves, felpudos e cheios de babados, incluem lingerie e pele de animais. A sexualidade humana é uma construção na qual a fantasia tem um papel importante. O fetichismo mostra como o instinto sexual e o objeto sexual estão meramente soldados um no outro.
Antes da produção comercial de artigos e parafernálias fetichistas, os indivíduos faziam seus próprios abjetos. Nos anos 40 e 50 em Paris e Londres, estavam produzindo sapatos com saltos e plataformas exagerados. Entre 1023 a 1940, o London Life publicou uma correspondência notória sobre espartilhos e sapatos de salto alto, body piercing, punição corporal. Isso ocorreu em uma época em que a publicação de literatura cientifica sobre sexo estava banida na Inglaterra. Alguns fabricantes de espartilhos, sapatos e artigos de borracha que abasteciam o mercado fetichista podem ter sido eles mesmo entusiastas. No final do século 19, a cintura da moda media 35 e 45 centímetros , e muitas mulheres jovens se gabavam de ter a cintura menor que isso. A cintura com espartilho, o salto alto e a prática do body-piercing eram, e continuam sendo, três dos fetiches mais populares. O corpo tem sido objeto de vários tipos de poderes disciplinares. As relações de poder investem-no, marcam-no, treinam-no, torturam-no, forçam-no a emitir sinais.
A sociedade acredita que é natural que um homem se excite ao ver os seios nus de uma mulher, e antinatural que fique excitado por seus pés e sapatos. Mas a sexualidade humana envolve mais do que uma resposta instintiva para um estímulo programado; nós não entramos no cio e nos acasalamos como os animais. A sexualidade humana é construída. Mas, ao contrário do que acreditam muitas feministas, não é aprendida no sentido de adquirir um conjunto de papéis. Meninos não olham para a Playboy e aprendem a gostar de seios grandes e a ver as mulheres como objetos sexuais mais do que as meninas olham para a Vogue e aprendem a se tornar anoréxicas e passivas. Podemos protestar que o perverso é sempre alguma outra pessoa! Mas as fantasias traem nossa hipocrisia. O que é uma fantasia erótica normal? Fantasia ou imaginação, trata inevitavelmente do proibido e do impossível.
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